No dia 18 de setembro foi identificado o primeiro foco de incêndio na Chapada dos Veadeiros. Há mais de cem dias não chovia na região. Nesse tempo a falta de água e a baixa umidade construíram uma paisagem seca e marrom, exalando um ar pesado e difícil de se respirar. E quando as pessoas rezavam pela chegada das chuvas, o fogo começou.

O mato seco foi presa fácil para as chamas. Logo os focos de incêndio se multiplicaram. As labaredas avançavam numa velocidade improvável. Bombeiros e voluntários combatiam sem descanso por dias seguidos. O Parque Nacional foi fechado.

No dia 2 de outubro recebi a notícia de que o fogo havia finalmente sido controlado. Quinze dias de chamas haviam destruído 35% do Parque Nacional. Eu cheguei à Chapada dos Veadeiros naquele mesmo dia. À noite, choveu, depois de seis meses de seca. No dia seguinte eu comecei a fotografar. O que será registrado aqui não são apenas imagens da destruição, mas principalmente da vida que nasceu com aquela primeira chuva.